Aninha
Parte 2

... Aqui perdida em dúvidas tento decidir o q fazer, meus pés doem e não sei se sou capaz de dar o próximo passo. De repente surge uma vontade enorme de desistir e pular, parece ser o fim, com muito medo respiro fundo e fecho os olhos.

Dentro de mim brilha uma luz que me pede para andar com coragem.

Ainda me equilibro sobre a corda, ela balança levemente, não sinto mais meus pés, não sei se ainda me sinto.

Percebo que começa uma garoa fininha e gelada, contraditoriamente um calor esquenta minha pele.

Dentro de mim um arco íris...

(continua...)
Aninha
Uma sensação indescritível aos poucos toma conta de mim…

Sinto uma corda presa à minha cintura, me dizem ser um cabo de segurança, ele balança e pesa, não sei se mais ajuda ou atrapalha…

Olho para baixo e vejo pouco, parece que estou correndo um risco enorme, o chão está longe e não vejo nenhum tipo de rede de proteção.

Consigo ver apenas uma corda grossa, esticada até a escuridão, uma voz diz que devo ir, andar sobre esta corda, superar o desafio.

Não há segurança para ir, tão pouco para ficar, o risco me apavora, minhas mãos suam frio, meus órgãos estão tremendo. A enorme curiosidade que sempre me foi característica clama pela travessia.

Fico aqui no começo da corda, parada, olhando o escuro… Nada adianta, meus pés começam a doer, continuo sem saber o que é segurança ou o que me espera do outro lado.

Descubro que não há outro lado, há apenas um lugar seguro, com algumas velas para serem acesas, onde poderei descansar um pouco, onde serei acolhida e respirarei em paz…

Enquanto isso a vida esticará outra corda, até o próximo porto seguro em meio a escuridão.



Com muito medo olho para trás, vejo outras cordas esticadas, mil pontos de parada com velas acesas, entendo que este é o caminho da minha vida, já atravessei muitos abismos e consegui iluminar tanta escuridão….

É preciso garra e muita coragem, onde encontra-la, o que fazer agora? Estas perguntas povoam meus pensamentos e me deixam aqui, parada…
(continua)
Aninha
"Um dia, um cavalo de um camponês caiu num poço. Não chegou a se ferir, mas não podia sair dali por conta própria. Por isso o animal chorou fortemente durante horas, enquanto o camponês pensava no que fazer.

Finalmente, o camponês tomou uma decisão cruel: Concluiu que já que o cavalo estava muito velho e que o poço estava mesmo seco, precisaria ser tapado de alguma forma. Portanto, não valia a pena se esforçar para tirar o cavalo de dentro do poço. Ao contrário, chamou seus vizinhos para ajudá-lo a enterrar vivo o cavalo. Cada um deles pegou uma pá e começou a jogar terra dentro do poço.

O cavalo não tardou a se dar conta do que estavam fazendo com ele e chorou desesperadamente. Porém, para surpresa de todos, o cavalo aquietou-se depois de umas quantas pás de terra que levou. O camponês finalmente olhou para o fundo do poço e se surpreendeu com o que viu.

A cada pá de terra que caía sobre suas costas o cavalo a sacudia, dando um passo sobre esta mesma terra que caía ao chão. Assim, em pouco tempo, todos viram como o cavalo conseguiu chegar até a boca do poço, passar por cima da borda e sair dali trotando.

A vida vai te jogar muita terra nas costas. Principalmente se você já estiver dentro de um poço. O segredo para sair do poço é sacudir a terra que se leva nas costas e dar um passo sobre ela. Cada um de nossos problemas é um degrau que nos conduz para cima. Podemos sair dos mais profundos buracos se não nos dermos por vencidos. Use a terra que te jogam para seguir adiante!

Recorde-se de 5 regras importantes para a sua libertação :

1. Liberte o seu coração do ódio.

2. Liberte a sua mente das preocupações.

3. Simplifique a sua vida.

4. Dê mais e espere menos.

5. Ame mais e...aceite a terra que lhe jogam. Ela pode ser a solução, não o problema."
Aninha
Fui ao cinema assistir mulher invisível – uma comediazinha romântica que sutilmente traz a tona algumas lições sobre relacionamento.

Passamos a vida buscando o ideal: emprego ideal, beleza ideal, corpo ideal, dinheiro ideal, e principalmente o parceiro ideal. Mas será que estamos no caminho certo? Será que o IDEAL e o REAL podem ser amigos?

Particularmente tenho minhas dúvidas, mas algo é bem certo: não somos perfeitos e não podemos exigir isso dos outros e das coisas. Temos qualidades e defeitos, todos tem, o importante é saber que cada um tem os seus defeitos e as suas qualidades.

Na adolescência somos levados a acreditar na idéia de alma gêmea, buscamos alguém bem parecido conosco, que goste das mesmas coisas, faça as mesmas coisas, tenha os mesmos hobbies e valores.

Com o tempo percebemos que esta alma gêmea só existe em nossa imaginação, e assim como no filme que assisti, precisamos nos livrar deste “fantasma” ideal e passamos a procurar alguém que nos complete. Claro que com algumas coisas em comum, outras extremamente iguais, mas basicamente o importante mesmo é encontrar alguém que nos complete, com os mesmos valores essenciais. Quase a cara metade.

Sabe, é como o leite, que melhora muito com o chocolate, ou como diz a música do teatro mágico:

“Como arroz e feijão,
a perfeita combinação
soma de duas metades.”

Sejamos mais reais e autênticos, mais lutadores que sonhadores; vamos assumir que também somos só metade.
Aninha
Hoje já me sinto em condições de raciocinar e escrever sobre as conseqüências de passar uma noite em claro.

Algumas vezes, quando temos muitas coisas para fazer em um curto espaço de tempo – coisas boas de preferência – enchemos o peito e dizemos:

- Esta noite não vou dormir.

Ai começa uma sina que vai durar pelo menos 4 dias – a minha começou sábado e terminou hoje, quarta feira.

Sábado foi um dia cheio, que emendou com a noite na maior correria, logo era madrugada , cheguei em casa com o dia amanhecendo, corri a manhã de domingo, fiz almoço, curti a tarde, e a noite simplesmente DESMAIEI.

Bom, até a hora do almoço de domingo eu estava curtindo cada segundo do meu final de semana, mas depois do almoço o cansaço começou a me consumir.

Quando escolhemos não dormir para aproveitar algo especial, esquecemos da auto destruição que esta atitude causa.

Depois que almocei parece que, assim como o estômago digeria a comida, algo digeria meu corpo, os músculos estavam cansados, os ossos doíam, parecia que eu tinha apanhado... e muito.

Mais no final da tarde esta dor penetrava cada vez mais em meu corpo, como se ele estivesse sendo corroído por algum tipo de ácido. Meus órgãos precisavam fazer força para funcionar, era um desarranjo interno geral.

Pouco depois do banho as coisas pioraram, meus olhos pareciam cheios de areia, ardiam e lagrimejavam desesperadamente. Além da dor nos músculos, a sensação de ter levado uma surra e a preguiça dos órgãos, veio a dificuldade do sangue para circular nas minhas veias.

Achei que era hora de pedir arrego, de terminar na cama o final de semana e os dias cheios. Comi alguma coisa e fui deitar. Passava pouco das 10 da noite, mas eu estava morta... apaguei. Sem capacidade sequer de sonhar, apenas senti meu corpo acertando o funcionamento de cada parte.

Sei que foi puxado, cansativo, que doeu cada pedaço de mim. Mas tenho certeza que valeu a pena tudo o que eu tinha para aproveitar, e em breve farei novamente.
Aninha
É bom andar a pé...

A favor do vento
Semi nu...

Esqueça tudo
Que tudo sobrevive
Isso é tempo livre pra viver...

Aninha
Um dia desses um amigo me perguntou:
- Você não está esquecendo de respirar?
Achei muito louco, mas como gosto muito dele resolvi pensar...

Na verdade não foi bem assim que as coisas aconteceram, mas foi assim que fez sentido pra mim. Em poucas palavras este amigo me mostrou que eu não estava mais respirando.

Me vi em alto mar, segurando com toda minha força um tesouro enorme, valioso, mágico, único...Tudo era muito bonito, fantástico, especial, eu sabia!

Mas eu não me dava conta que não conseguia mais mantê-lo na superfície, há algum tempo eu nadava da melhor maneira que sou capaz, mas o tesouro teimava em afundar... Eu dava tudo de mim, o trazia até a superfície por alguns minutos, logo ele pesava e eu afundava junto.

Cada vez ele ia mais fundo, cada vez era mais difícil e demorado trazê-lo a superfície onde eu encontrava o ar. Presa a ele também quase não saía mais do fundo do mar.

Soltei... deixei o tesouro afundar sozinho e nadei com todas as minhas forças para subir e encontrar o ar que tanto me faltou e ainda me falta.

Eu sei nadar, eu vou sobrevier, e conquistarei um outro tesouro... mas antes estou me lembrando de respirar.
Aninha
Com medo de me expor, me contradizer ou me perder nesta minha confusão sem tamanho, apenas me aproprio de uma canção.

Ela diz por mim e pra mim, ecoa...

"... Nada do que foi será
De novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa, tudo sempre passará
A vida vem em ondas como o mar
Num indo e vindo infinito
Tudo que se vê não é
Igual ao que a gente viu há um segundo
Tudo muda o tempo todo no mundo
Não adianta fugir
Nem mentir pra si mesmo
Agora
Há tanta vida lá fora, aqui dentro
Sempre como uma onda no mar..."
Aninha
Cada dia me decepciono mais com minha ansiedade... Algumas vezes acho que não sei esperar, não consigo esfriar a cabeça e pensar um pouco, tenho a maior dificuldade quando o assunto é dar tempo ao tempo.

Sempre que me vejo frente a uma situação de decisão, posicionamento, escolha, problema, etc, quero logo arregaçar as mangas e resolver, ir a luta, conversar com quem for necessário, tomar as providências, realizar as mudanças e bola pra frente.

Mas nem sempre é assim...

Algumas coisas precisam do seu tempo, da sua oportunidade, do momento adequado

- Um bebê precisa de nove meses para nascer saudável.

- O bolo precisa de 20 minutos de forno para ficar assado.

- O cabelo precisa de alguns meses para crescer depois de um corte radical.

Mesmo sabendo de todas estas exigências do tempo, para mim é muito complicado respeitar e me acalmar, me sinto dominada pela força do aqui e agora. Quero resolver tudo o quanto antes.

Sei que nem tudo é assim, estou passando por uma fase crítica neste sentido, minha ansiedade é colocada a prova todos os dias, e quanto maior a expectativa, mais me sinto de mãos atadas.

“Cultive a espera e entenda que a impotência é uma lição de humildade"
Aninha
Acordei mais cedo com um despertador mal programado, acho que meu subconsciente sabia que eu tinha um compromisso... Não era tão cedo assim, mas pra mim ainda era madrugada; claro que pra mim antes do meio dia é sempre madrugada....

O dia estava bonito, o sol forte e claro, mas o frio queimava meu rosto e fazia meu corpo doer, parece que estou enferrujada; esta sensação é comum no outono e no começo do inverno, depois acostumo.

Ainda meio dormindo encontrei algumas pessoas que falavam sobre algo que me interessou, logo a curiosidade tomou conta da preguiça. Ouvi atenta alguns minutos, prestei atenção em cada respiração, cada entonação, cada expressão sutil que cada um fazia; despertar com aquelas palavras pareceu mágico, motivador.

Cerca de 15 minutos depois a conversa mudou de rumo, um papo chato, que não me agradava e que eu não concordava, jamais ouviria tudo aquilo quieta...

Por sinal isso sempre me instigou: "Como algumas pessoas conseguem ouvir tantos absurdos quietas, sem retrucar ou questionar?" Sei que deixar pra lá evita brigas, desavenças; mas eu simplesmente não consigo, ouvir o que não concordo e não fazer nada não faz parte de mim. Se eu bem me conhecia era hora de tomar a palavra e discordar.

Para minha surpresa não foi o que eu fiz; fiquei na minha, ali, sem dizer uma palavra sequer... É mais que óbvio que eu não estava ouvindo tudo o que não concordo calada, eu simplesmente não estava ouvido. Minha imaginação estava vagando bem longe dali, meu pensamento estava em outro lugar, com outras pessoas, em outro tempo.

Quando percebi quão longe eu estava e quão sem sentido era a conversa que acontecia ao meu redor entendi o tamanho da minha conquista.

“Eu aprendi a desligar os ouvidos e ligar a imaginação“
Aninha
Um dia desses uma nova amiga me mandou uma frase que ficou ecoando na minha cabeça:

“Olho por olho, e o mundo ficará cego.”
Gandhi

Sei que ela não queria dizer isso para mim, sei que foi um desabafo, sei que ela me conhece pouco, mal sabe ela o quanto esta frase me fez pensar.

Desde então tenho olhado o mundo de maneira mais atenciosa, e assim fui percebendo quanta razão tem Gandhi; as pessoas estão cada vez mais intolerantes, cada vez mais cegas...

Já é quase normal vermos cobranças desumanas, exigências desnecessárias, vida a ferro e fogo, olho por olho, dente por dente... Pior que isso é vermos o mundo cego, as pessoas ignorando os outros, ignorando o mundo, ignorando a si mesmas. Ignoramos nossos sentimentos, nossos sonhos, nossa dor; ignoramos nosso cansaço e nossa saúde, cuidamos das exigências do mundo e esquecemos nossos valores.

Como é triste constatar que a frase é tão verdadeira, tão atemporal, tão dura e real. Em meio a esta tristeza, olho pra dentro de mim, tenho medo do que posso ver, tenho medo de não ver, de estar cega... Para meu feliz espanto pude me enxergar, pelo menos isso.


Aos poucos me acalmo, me percebo... aos poucos constato o quanto tenho errado e engessado minha vida... aos poucos vejo que não sei mais entender a necessidade de fazer as coisas aos poucos.

Tenho acelerado o processo, tenho sido rígida, tenho me perdido em exigências que eu mesma imponho. Perdi a maleabilidade, perdi a envergadura, deixei de lado a compreensão e a relevância. Me perdi no ritmo louco do mundo, nas obrigações impostas, nas regras infundadas. Não sinto mais meus pulsos, não me entrego aos impulsos; não deixo o sentimento falar mais alto, não admito o erro nem aceito meu fracasso.

E agora, parando para pensar, apenas pergunto por que. Sem resposta sei que não adianta tentar entender, amanhã é outro dia e como já disse Renato Russo: “a vida continua e se entregar é uma bobagem”.

Olhando pra mim vejo que não adianta ser uma boneca de porcelana, ou um soldadinho de chumbo, me sinto intolerante sem razão, cobro de mim coisas desnecessárias, cobro dos outros, cobro do mundo...

CHEGA

Quero mais tardes sentada na areia, quer mais noites estreladas, quero mais irresponsabilidades, quero me entregar sem medo. Quero mais amor, mais erros, quero me apaixonar todos os dias, quero beijos demorados, abraços apertados. Quero ouvir música alta e cantar desafinada, quero dançar e rir de mim... Quero perder a cabeça e encontrar meu jogo de cintura!

VOU ME LIBERTAR DE MIM E VOAR!
Aninha
Entre todas as coisas que podemos ter, provavelmente o direito de escolha está entre as mais especiais.

São nossas escolhas que criam nossa história, que desenham nossa personalidade, que mostram e desenvolvem qualidades e defeitos de cada um.

Como já dizia um pensador: (não sei qual)

“Você faz suas escolhas e suas escolhas fazem você...”

É assim... A gente escolhe entre acordar e buscar a vida ou ficar dormindo; escolhe sorrir para os outros ou passar apático; fazer amigos ou colegas; ir a um belo jantar ou se preocupar com o corpo; uma noite bem acompanhada ou bem dormida, a paixão ou a guerra; o amor ou o medo...

Eu escolho como encaro o mundo!

“Posso reclamar porque está chovendo
ou agradecer às águas por lavarem a poluição”
(William Shakespeare)
Aninha
Hoje tudo está tão diferente. Eu mal dormi a noite, nem sei por onde vagavam meus pensamentos. Meu corpo inteiro doía, parecia que tinha levado uma surra. O despertador tocou, levante e abri a janela, para minha surpresa não estava chovendo, mas também tinha sol... O céu estava cinza, sem cor, sem brilho, sem vida.

Eu não senti frio, também não senti calor, eu simplesmente não senti nada, apenas uma dor enorme por todo meu corpo.

O suco estava sem açúcar, o lanche na temperatura ambiente; não senti o gosto do que comi, só sentia na boa aquele gosto levemente salgado das lágrimas que escorriam pelo meu rosto.

Me olhei no espelho e percebi que eu não tinha expressão... as covinhas estavam lá, assim como as pálpebras inchadas pelo choro da noite.

Saí andando e pela rua , quando olhei para as pessoas não vi seus rostos,todos parecem cobertos por um pano, elas andam como se estivessem vagando, passando por mim sem me notar. Será que eu estava mesmo ali? Será que ainda sou deste mundo?

Parece que nada mais é familiar... As plantas não têm cor, os pássaros já não cantam, as pessoas não me notam...

Percebo que em mim há um vazio, um buraco escuro e sem vida. Eu não brilho, não sorrio, não me sinto e nada me toca.

Assim vou seguindo, buscando algum sabor, alguma cor, alguma forma de retomar meu sorriso, minha vida, meu amor.

Algo importante foi embora e deixou minha vida sem sentido, sem rumo... Será que em mim ainda há vida?

Nem sei se quero descobrir...
Aninha
Hoje acordei com o sol invadindo meu quarto, ele passeava pelo meu corpo, refletia dourado. Na janela chuva forte, o barulho da água me enfeitiçou, base da trilha sonora...

Dando um toque todo especial ao som um anjo solava com a guitarra trocada, ele irradiava luz e magia com sua música. Seu brilho extremo ofuscou meu olhar. Ele me atraiu, me aproximei sorrindo meu melhor sorriso, vivendo a paz daquele momento fantástico.

Quando cheguei bem perto meu coração disparou... Senti que aquele anjo lindo tinha algo especial, já era meu conhecido, amigo encantado, meu eterno amado.

Aos poucos fui descobrindo que o conhecia de outro sonho, um sonho mágico que foi invadido por um furacão e me fez acordar. Fiz o que pude, dormi de novo e sonhei o mesmo sonho. Após um período de tempo bom o furacão voltou mais forte, machucou mais e nos acordou.

Agora estou aqui, com o mesmo anjo, amigo, companheiro; mas quando percebo que o sonho não é mais o mesmo...

Não importa... O solo da guitarra me chama para um sonho novo, que se inicia. Outro tempo, outro espaço, outro lugar; a mesma magia, mesma sintonia, mesma paixão, MESMO ANJO!!