Aninha
Entre todas as coisas que podemos ter, provavelmente o direito de escolha está entre as mais especiais.

São nossas escolhas que criam nossa história, que desenham nossa personalidade, que mostram e desenvolvem qualidades e defeitos de cada um.

Como já dizia um pensador: (não sei qual)

“Você faz suas escolhas e suas escolhas fazem você...”

É assim... A gente escolhe entre acordar e buscar a vida ou ficar dormindo; escolhe sorrir para os outros ou passar apático; fazer amigos ou colegas; ir a um belo jantar ou se preocupar com o corpo; uma noite bem acompanhada ou bem dormida, a paixão ou a guerra; o amor ou o medo...

Eu escolho como encaro o mundo!

“Posso reclamar porque está chovendo
ou agradecer às águas por lavarem a poluição”
(William Shakespeare)
Aninha
Hoje tudo está tão diferente. Eu mal dormi a noite, nem sei por onde vagavam meus pensamentos. Meu corpo inteiro doía, parecia que tinha levado uma surra. O despertador tocou, levante e abri a janela, para minha surpresa não estava chovendo, mas também tinha sol... O céu estava cinza, sem cor, sem brilho, sem vida.

Eu não senti frio, também não senti calor, eu simplesmente não senti nada, apenas uma dor enorme por todo meu corpo.

O suco estava sem açúcar, o lanche na temperatura ambiente; não senti o gosto do que comi, só sentia na boa aquele gosto levemente salgado das lágrimas que escorriam pelo meu rosto.

Me olhei no espelho e percebi que eu não tinha expressão... as covinhas estavam lá, assim como as pálpebras inchadas pelo choro da noite.

Saí andando e pela rua , quando olhei para as pessoas não vi seus rostos,todos parecem cobertos por um pano, elas andam como se estivessem vagando, passando por mim sem me notar. Será que eu estava mesmo ali? Será que ainda sou deste mundo?

Parece que nada mais é familiar... As plantas não têm cor, os pássaros já não cantam, as pessoas não me notam...

Percebo que em mim há um vazio, um buraco escuro e sem vida. Eu não brilho, não sorrio, não me sinto e nada me toca.

Assim vou seguindo, buscando algum sabor, alguma cor, alguma forma de retomar meu sorriso, minha vida, meu amor.

Algo importante foi embora e deixou minha vida sem sentido, sem rumo... Será que em mim ainda há vida?

Nem sei se quero descobrir...
Aninha
Hoje acordei com o sol invadindo meu quarto, ele passeava pelo meu corpo, refletia dourado. Na janela chuva forte, o barulho da água me enfeitiçou, base da trilha sonora...

Dando um toque todo especial ao som um anjo solava com a guitarra trocada, ele irradiava luz e magia com sua música. Seu brilho extremo ofuscou meu olhar. Ele me atraiu, me aproximei sorrindo meu melhor sorriso, vivendo a paz daquele momento fantástico.

Quando cheguei bem perto meu coração disparou... Senti que aquele anjo lindo tinha algo especial, já era meu conhecido, amigo encantado, meu eterno amado.

Aos poucos fui descobrindo que o conhecia de outro sonho, um sonho mágico que foi invadido por um furacão e me fez acordar. Fiz o que pude, dormi de novo e sonhei o mesmo sonho. Após um período de tempo bom o furacão voltou mais forte, machucou mais e nos acordou.

Agora estou aqui, com o mesmo anjo, amigo, companheiro; mas quando percebo que o sonho não é mais o mesmo...

Não importa... O solo da guitarra me chama para um sonho novo, que se inicia. Outro tempo, outro espaço, outro lugar; a mesma magia, mesma sintonia, mesma paixão, MESMO ANJO!!